Um dos maiores problemas das rodovias brasileiras é a total falta de controle e fiscalização do peso dos caminhões que transitam em nossas estradas. Somado às falhas básicas na execução e ao excesso de água no pavimento sem a devida drenagem (água é o inimigo número 1 de pavimentos) o que resulta são rodovias em péssimo estado de conservação de norte a sul do Brasil. Embora este problema seja muito grave, pouca gente conhece com clareza os efeitos do excesso de carga na estrutura da rodovia e o perigo de permitir que caminhões cada vez mais pesados transitem em nossas estradas.
Os pavimentos são projetados para suportar uma carga definida (eixo-padrão rodoviário brasileiro é de 8,2 toneladas), por um tempo definido (vida útil) e para um número estimado de repetições de carga (tráfego). Os métodos de dimensionamento são similares em todo o mundo. O que muda de um país para outro é o valor da carga do eixo-padrão ou a quantidade de repetições. Para suportar mais carga obviamente o pavimento projetado necessita de espessuras maiores.
Os pavimentos são projetados para suportar uma carga definida (eixo-padrão rodoviário brasileiro é de 8,2 toneladas), por um tempo definido (vida útil) e para um número estimado de repetições de carga (tráfego). Os métodos de dimensionamento são similares em todo o mundo. O que muda de um país para outro é o valor da carga do eixo-padrão ou a quantidade de repetições. Para suportar mais carga obviamente o pavimento projetado necessita de espessuras maiores.
Primeiramente é preciso entender o
cálculo do fator de equivalência de carga. A ação de cinquenta carros de 1
tonelada não é a mesma que um caminhão de 50 toneladas. Embora tenha sido um estudo
feito no exterior (considerando carga padrão de 80 kN = 8,16 t), na figura
abaixo podemos ver um exemplo melhor deste cálculo:
Para o dimensionamento é considerando
um certo número de repetições de carga para um eixo padrão de 8,2 toneladas.
Quando ocorre o sobrepeso, com aumento considerável da carga aplicada em cada
eixo, a vida útil do pavimento é bastante encurtada. Portanto é extremamente
importante que haja o controle não apenas do peso do caminhão, mas sim da carga
aplicada por cada eixo. Existe alguns tipos de balanças aptas para executar o
serviço. O problema é que no Brasil a grande maioria das balanças estão
abandonadas, como na foto abaixo.
Balança abandonada em estrada brasileira
Balança em funcionamento em rodovia alemã
As balanças podem ser utilizadas
também para contagem do tráfego, uma vez que é uma variável importante no
dimensionamento de pavimentos. Quando há circulação de veículos pesados, estes precisam
entrar no cálculo. Aumentar as fiscalizações e instalar balanças nas rodovias
teria como prioridade número um coibir a circulação de caminhões extremamente
pesados, que reduzem significativamente a vida útil da estrutura do pavimento.
O nível de degradação ao pavimento
não ocorre por soma aritmética da carga, conforme mostra o exemplo abaixo:
A situação de boa parte das rodovias
brasileiras é a falta de capacidade de suporte de pavimentos, pois estes não
foram dimensionados para suportar a carga atual. Portanto o uso das balanças e
a melhoria da fiscalização teria dupla função. A primeira em não permitir o
tráfego de cargas excessivas que destroem a estrutura das estradas. E a segunda
para estudar melhor o tráfego atual visando dimensionar adequadamente as
soluções de reabilitação estrutural para a rodovia.
Uma das melhores soluções para
reforço estrutural de rodovias visando se adequar às cargas do tráfego atual é
a reciclagem in-situ com uso de agentes
estabilizadores tais como cimento, emulsão asfáltica ou espuma de asfalto. Na
figura abaixo um exemplo do aumento da capacidade de suporte através da
reciclagem com uso de cimento.
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