Dentro do processo de pavimentação
pode ser inserido um equipamento específico, a Alimentadora de Asfalto. Ainda
desconhecido no Brasil, a Alimentadora é posicionada para receber o concreto
asfáltico e transferir para a Vibroacabadora de Asfalto executar o asfaltamento.
Na execução da pavimentação asfáltica
é comum ocorrer paradas por falta de material, impacto do caminhão na Pavimentadora
e a segregação do material asfáltico. O uso da Alimentadora permite evitar
todos estes problemas. Intermediária
entre o caminhão e a Vibroacabadora de Asfalto, a máquina se locomove sobre
esteiras e garante a alimentação sem interrupções e sem contatos entre os
equipamentos.
As paradas no processo de
pavimentação são problemáticas. A mesa da Pavimentadora flutua enquanto ocorre
a execução da pavimentação, mas acaba afundando no material asfáltico quente a
cada parada. Para evitar este problema é preciso uma boa logística para que
haja fornecimento contínuo na obra, o que nem sempre é possível. Muitas vezes
em função da pouca quantidade de caminhões para transporte. A distância entre a
Usina de Asfalto e a obra também dificulta a operação logística devido ao tempo
de ida e volta dos caminhões, não permitindo o trabalho contínuo na pavimentação.
Estes problemas são mais evidentes em grandes obras rodoviárias, onde há um
grande volume de concreto asfáltico a ser pavimentado.
As Alimentadoras possuem um grande
silo de recebimento de material, que pode ser aumentado com a instalação de
extensões que possibilitam o acúmulo de até quatro vezes mais volume em relação
ao das Vibroacabadoras de asfalto. Dessa forma, o caminhão pode descarregar o
material tudo de uma só vez e retornar para a Usina, agilizando a logística. Um
grande caminhão com capacidade de 25 toneladas pode descarregar todo o material
em apenas 60 segundos.
O silo de recebimento é dotado de
transportadores helicoidais cônicos em toda a sua largura, para que seja
mantida a homogeneidade do material asfáltico. Com cantos côncavos, o ângulo de
escoamento das paredes do silo evita segregações e faz com que todo o material
recebido chegue a estes transportadores. Com a homogeneização do material, é
mantida também a temperatura do material asfáltico sem pontos de resfriamento.
Sistema de aquecimento no silo assegura que o material mantenha sua
temperatura.
Para que não haja contato e impactos,
sensores mantêm uma distância segura entre a Alimentadora e a Pavimentadora.
Ainda há uma proteção anti-colisão caso os sensores estejam obstruídos por
alguma razão. Desta forma, o operador concentra-se apenas na transferência de
material, realizada por uma esteira de descarga emborrachada.
A mistura asfáltica passa por
diversas fases até chegar à mesa compactadora da Vibroacabadora. O material tem
que ser entregue na obra sem que haja mudanças em suas características. As
alimentadoras garantem que haja a conservação da qualidade da mistura
asfáltica. É importante que seja fornecida a obra um material asfáltico
homogêneo e bem misturado, depois pavimentado com extrema precisão, sem
qualquer contato ou interrupções.
Resumidamente, a Alimentadora de
Asfalto é importante sempre que a logística não conseguir alimentar
continuamente a obra, trazendo maior qualidade e produtividade para a execução
da pavimentação. Pavimentos mais uniformes e regulares são garantidos com o uso
deste equipamento.
Na Alemanha, a partir de janeiro de
2015 o uso das Alimentadoras de Asfalto se tornará obrigatório em obras com
área superior a 18.000 m², segundo uma circular do Bundesministerium für Verkehr, Bau und Stadtenwicklung (Ministério
Federal Alemão de Transportes, Construções e Desenvolvimento Urbano).
Em alguns países de alta qualidade de
construções rodoviárias, como a Suécia, os empreiteiros são pagos de acordo com
a qualidade da pavimentação em um sistema de bonificação que estabelece valores
por m² aplicado. Se há erros e imperfeições, os valores são subtraídos. Se a
qualidade é alta, o empreiteiro recebe um bônus de até 1 € (um euro) por metro quadrado pavimentado. O caderno de
encargos no setor de construção rodoviária na Europa está cada vez mais
exigente em relação à qualidade, prazos e custos.
O Brasil poderia rever suas políticas
de obras públicas e aplicar boas soluções que hoje são usadas no exterior,
visando maior qualidade para nossas estradas.