As mais recentes usinas de asfalto
permitem que seja incorporado material asfáltico fresado (RAP) na produção do concreto
asfáltico a quente. A dificuldade de incorporar o RAP no processo convencional de usinagem
ocorria pelo fato de que o material não pode receber o mesmo processo de
secagem dos agregados minerais virgens devido à presença de ligante asfáltico
(CAP), que seria danificado dentro do tambor secador por causa da radiação
provocada pela chama do queimador.
Uma solução desenvolvida pelo fabricante
Ciber Equipamentos Rodoviários em sua nova série de usinas foi a concepção de
um tambor secador com um anel especial para receber o material fresado, que
percorre por dentro de uma câmara especial o caminho até o encontro com os
agregados virgens. O aquecimento ocorre por condução e não há exposição à
radiação do queimador. Por questão volumétrica de vazão de materiais, esta
solução é adotada para misturas asfálticas de até 10% de RAP em sua composição.
A dosagem ocorre em um silo especial que trabalha em conjunto com o sistema de
dosagem dos materiais virgens. Há possibilidade de instalação de um
destorroador junto ao silo de recebimento do material fresado, para reduzir a
granulometria e deixar o material mais homogêneo. É preciso conhecer a sua
granulometria sem a presença de ligante asfáltico, cujo teor de asfalto deve
ser conhecido e descontado na vazão do ligante virgem.
Abaixo, a perspectiva do módulo para
utilização de até 10% de RAP e a forma com que o material fresado é introduzido
no secador da usina.
Em projetos especiais, com o uso
superior a 10% de material fresado na composição de uma nova mistura asfáltica,
é necessário instalar um módulo adicional acoplado a usina. O desenvolvimento
desta solução, que ocorreu no Rio Grande do Sul,conseguiu atingir com êxito a
taxa de utilização de 50% de RAP na fórmula de produção de CBUQ, atendendo a
todos os requisitos técnicos (CBUQ DNIT ES 031/2006).
O módulo adicional é formado por um
silo de recebimento de fresado com destorroador. Por correia transportadora, o
material passa por sistema de peneiras vibratórias. Há uma separação granulométrica
na peneira #8 em RAP grosso (granulometria superior a 2,38 mm) e RAP fino (de
granulometria inferior). Na sequência, o material segue para dois silos de
entrada e separadamente entra em um tambor secador especialmente adaptado. O
material mais grosso segue pela parte central do tambor, assim expondo menor
quantidade de ligante asfáltico (CAP) a chama do queimador. O material fresado
mais fino, com grande presença de ligante asfáltico, entra em uma câmara
especial onde aquece apenas por condução térmica. Ao final, os materiais são
transportados até o misturador da usina.
A figura abaixo mostra uma
perspectiva do módulo para incorporação de até 50% de RAP na mistura. Na
sequência, uma foto deste módulo acoplado a uma usina de asfalto.
Os testes realizados de forma bem
sucedida podem abrir uma excelente alternativa para obras de manutenção e
grandes projetos de reabilitação rodoviária no Brasil, pois o equipamento é
produzido nacionalmente (maiores facilidades de financiamento, entrega e
instalação) e o fato de reutilizar um grande percentual de material fresado
pode acarretar uma grande redução no orçamento destas obras, além de dar um
ótimo destino a grandes quantidades de RAP que acabavam sendo descartadas.
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