A presidente Dilma Roussef anunciou
recentemente um pacotão de investimentos em infraestrutura. Mais de 40 bilhões
de reais serão investidos em rodovias. Seria de comemorar se não ocorrer os
típicos problemas brasileiros do setor: corrupção (sobrepreço de materiais na
orçamentação), aditivos (por orçamentos mal feitos, na maioria das vezes),
projeto mal elaborado e execução de péssima qualidade, com equipamentos defasados,
operadores sem treinamento e engenheiros sem conhecimento técnico suficiente.
Certamente se os problemas citados fossem eliminados (ou ao menos diminuídos),
com esse mesmo montante investido poderia se executar mais obras e com
qualidade superior.
Infelizmente, a pavimentação no
Brasil é feita em toque de caixa e geralmente com interesses eleitoreiros. Não
há estudo adequado do solo e do tráfego no local. É preciso projetar o tipo de
pavimento adequado, preparar o solo e executar a pavimentação. Um dos erros
mais comuns em pavimentação urbana é asfaltar sobre paralelepípedos (escreverei
especialmente sobre este caso mais adiante). Já em construção de rodovias,
muitas anomalias são oriundas de problemas nas camadas de base que refletem no
pavimento acima, assim como também do mal uso das vibroacabadoras de asfalto e
dos rolos compactadores. Em manutenção e reabilitação de rodovias é ainda pior,
pois os famigerados tapa-buracos são executados de maneira precária e os
remendos desnivelados se multiplicam, o que gera desconforto e falta de
segurança ao usuário.
No blog vou compartilhar um pouco da
minha experiência nestes anos como engenheiro de aplicação de equipamentos de
pavimentação. Principalmente em relação a novas soluções e máquinas alemãs que introduzimos
no Brasil e que estão sendo cada vez mais utilizadas em obras rodoviárias pelo
país. Pretendo atualizar o Blog uma ou duas vezes por mês, dependendo da minha
corrida agenda de viagens profissionais, trazendo informações e novidades sobre
pavimentação.