quinta-feira, 30 de julho de 2015

Rodovias Pavimentadas e Não-Pavimentadas no Brasil: a saída pelas concessões


O retrato de nosso atraso em infraestrutura e em rodovias são os números divulgados por órgãos técnicos do governo em relação a nossas estradas. No Brasil, apenas 12% das rodovias são pavimentadas. E deste 12%, praticamente a metade necessita de um reparo de manutenção corretiva ou mesmo de uma intervenção estrutural.



Se compararmos com os Estados Unidos, um país que tem apenas 15% a mais de área territorial, a diferença em relação a extensão da malha viária é 369% superior. Se considerarmos que os EUA têm 65% de suas rodovias pavimentadas enquanto o Brasil tem apenas 12%, a diferença entre a extensão da malha pavimentada americana com a brasileira é 20 vezes maior.
Das rodovias pavimentadas no Brasil, aproximadamente 58% estão em estado regular, ruim ou péssima. Isto significa que dos 210.200 km pavimentados, cerca de 121.800 km necessitam ser recuperados imediatamente.
 
Estes números comprovam o atraso em que nos encontramos. Uma das tantas razões que levaram o Brasil a uma crise econômica foi a falta de capacidade do governo em alavancar projetos de infraestrutura. Além da precariedade da infraestrutura viária, há falta projetos em ferrovias, hidrovias e de modernização dos portos e aeroportos. No caso de rodovias ocorreram inúmeros atrasos de projetos e execução. Em 2015 a grande parte das obras públicas diminuíram o ritmo de trabalho ou pararam em função da falta de pagamento do governo federal. O que é uma vergonha para um país com seríssimos problemas de infraestrutura e que busca o desenvolvimento econômico e social.
As únicas obras que não tiveram o seu ritmo diminuído foram as concessões privadas. Para o Brasil buscar o caminho do crescimento novamente, a saída é conceder para a iniciativa privada as grandes obras de infraestrutura. Não há dúvidas de que para o Brasil o modelo de concessões é a melhor alternativa para que os projetos saiam do papel e o gargalo em infraestrutura seja diminuído. Definitivamente, alavancar obras através da gestão pública é um modelo fracassado em nosso país.
Abaixo, fotos tiradas em 2015 na execução da obra da BR-163, no Mato Grosso, pela Concessionária Rota do Oeste. Nesta obra, o que há de mais moderno em tecnologia de pavimentação está em operação:
 
1: ROLO COMPACTADOR DE 20 TONELADAS: A cultura na compactação brasileira é a utilização de rolos da faixa de 11 toneladas de peso operacional para a compactação do subleito e de camadas de base. Rolos com peso operacional superior tem sido utilizado em grandes obras, onde há demanda por maior produção. Mesmo em solos coesivos, a utilização de rolos de 20 ton tem garantido compactação com espessuras mais espessas, o alcance do grau de compactação com menor número de passadas e redução de custos operacionais pela capacidade em substituir dois ou mais rolos de menor peso operacional. As dimensões do equipamento de 11 ton para o de 20 ton são similares, não acarretando nenhum contratempo em relação a transporte e mobilização.
 
2: PAVIMENTADORA DE ASFALTO COM SISTEMA DE NIVELAMENTO E PRÉ-COMPACTAÇÃO: em tese todas as vibroacabadoras (ou pavimentadoras) de asfalto são máquinas dotadas de sistema de nivelamento para aplicar a camada asfáltica com regularidade e inclinação pré-definida. Porém ainda há pouco treinamento e falta de conhecimento quanto à configuração ideal da máquina para que o serviço seja executado com qualidade.
Uma configuração que agrega uma grande precisão na aplicação do nivelamento é a utilização de múltiplos sensores ultrassônicos, montados em uma haste lateral à pavimentadora. O somatório e a média das leituras de todos os sensores repassam dados de nivelamento sem distorções, mesmo que por ventura haja algum desnível sobre a camada fresada. Fornece um nível de referência longo e contínuo, sem a necessidade de referências artificiais tais como fio-guias esticados em estacas.
 
 
 
As pavimentadoras de asfalto que trabalham na BR-163 estão equipadas com uma mesa compactadora com sistema de pré-compactação por barras de pressão, um dispositivo que aplica maior força sobre a camada asfáltica de modo a deixá-la com um alto grau de compactação. Desta maneira, é possível reduzir as passadas dos rolos compactadores de asfalto, minimizando riscos de operar um cilindro vibratório sobre material frio após a temperatura do asfalto cair.
 
 
3: COMPACTAÇÃO ASFÁLTICA: etapa da obra onde ocorrem erros comuns por seguir métodos ultrapassados, é preciso ter atenção especial em relação a sequência de rolagem, temperatura do material e aos próprios rolos compactadores. A primeira passada está sendo executada com o rolo liso duplo vibratório tandem, com o rolo de pneus finalizando e dando o acabamento superficial à camada. O rolo de pneu possui sistema de controle de pressão para que haja total contato, agregando qualidade na finalização.
 
4: FRESAGEM ASFÁLTICA: na recuperação da pista já existente, a remoção da camada asfáltica envelhecida e deteriorada ocorre através do uso de fresadora de asfalto de grande porte. Com 2,0 metros de largura de trabalho e altíssima velocidade de execução, permite que a pista seja rapidamente liberada para o recapeamento.
 
 
 
5: RECICLAGEM DE ASFALTO: em alguns trechos foi necessário reforçar estruturalmente o pavimento através da Reciclagem de Asfalto com a adição de cimento, aumentando a capacidade de suporte. O cimento é espalhado na taxa correta através de um equipamento especial, o espargidor e distribuidor Streumaster, e na sequência a Recicladora corta, tritura, mistura e torna homogêneo todo o material da camada de base e da capa de rolamento, dentro da profundidade de trabalho selecionada, transformando em uma nova e reforçada camada apta a resistir aos esforços oriundos do tráfego.